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  • Desbravando o parabadminton no Brasil

    26/06/2012 por Beatriz Nantes em Badminton, Destaque, Home, Notícias, Reportagem / Sem comentários

    Falar em dificuldades para um esporte voltado para deficientes é quase um pleonasmo. Se ele é relacionado a um esporte pouco conhecido, pior ainda. Se não é paralímpico – ou seja, não está no programa das Paraolimpíadas -, fica praticamente fora do radar de dirigentes, imprensa, profissionais, e mesmo praticantes. Foi com isso que se deparou Letisson Samarone quando caiu em suas mãos trabalhar com parabadminton para surdos há cerca de cinco anos. Educador físico e trabalhando com deficientes físicos desde 2000, ele não conhecia o badminton e teve que correr atrás para aprender sobre a modalidade.

    Correr atrás significou ir para a Alemanha sozinho, fazer workshops e conversar com profissionais de todo o mundo. Não é exagero dizer que Letisson é o responsável pela introdução do parabadminton no país e seu principal entusiasta no Brasil. Em 2009, se tornou coordenador do esporte na Confederação de Badminton. As duas maiores dificuldades apontadas por ele são justamente o desconhecimento em relação ao esporte e o fato de não serem paralímpicos. “Ano passado teve a votação para os esportes que iam entrar no Rio 2016. De nove, entraram dois: paratriatlo e paracanoagem. O parabadminton foi o terceiro. Para entrar em 2020, estamos com o status que o paratriatlo tinha para o Rio”, projeta. Foi necessário fazer adaptações, diminuindo o número de classes de onze para seis.

    A espera não é parado. Desde 2009, há pelo menos uma etapa do campeonato brasileiro de parabadminton. O Brasil também participa de torneios internacionais, como o PAN da modalidade em 2010 e o Mundial em 2011. “Este ano conseguimos a primeira medalha em torneios internacionais com o Gabriel Jannini, que é da Sociedade Hípica de Campinas. O Brasil está tendo resultados. Temos mais atletas aqui do que em toda Oceania, nos EUA não tem parabadminton”, afirmou, durante a segunda etapa do Nacional, que aconteceu juntamente com o torneio adulto de badminton, em Campinas, no Fonte São Paulo.

    “Estamos em 11 estados no Brasil, todos do Sul, o Distrito Federal, de onde eu sou e que tem o maior número de atletas, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí. O grande problema é a questão financeira, é difícil reunir todos em uma competição”. A dificuldade financeira vem, em partes, porque a diretoria é um apêndice da Confederação, e os recursos (já escassos) são restritos para o badminton. Outro problema é que, por não ser paralímpico, alguns praticantes acabam indo para modalidades similares que tenham mais atrativos financeiros, ou não conseguem ter tanta regularidade nos campeonatos. Hoje, são cerca de 30 atletas no Brasil.

    “Estamos em formação ainda. Temos duas coisas hoje, o técnico de badminton que aceita deficiente, mas ai não é parabadminton, é um badminton sobre rodas, porque tem diferenças entre os dois esportes, o toque, várias coisas. E o outro é o técnico que entende de deficiência, mas não especificamente do badminton. Temos poucas pessoas técnicas trabalhando com isso hoje”, comenta. Para ajudar a propagar o parabdminton, Letisson tem um blog (http://parabadminton.blogspot.com.br/) e além da modalidade, trabalha como coordenador de Brasília dos Jogos Escolares Paralímpicos. A competição reúne seis mil atletas no Brasil e este ano acontecerá em São Paulo.

    A competição no Fonte era apenas para a categoria adulto, mas havia uma de 13 anos na cadeira de rodas e quatro que competem em pé em classes diferentes. “A gente junta para ter competição. É interessante porque lá no Paraná não trinha categoria adptada, e colocaram eles para jogar com pessoas sem deficiência, e um deles conseguiu chegar na final em primeiro lugar. É muito importante para os outros verem que é possível”, conta com orgulho.

     

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