
Fabíola ganhou de Laure (isso é o menos importante), fez o índice (isso é muito importante) e emocionou o Maria Lenk inteiro (isso é inesquecível), independente de disputas de clube e contagens de pontos. Eu estava na área de imprensa e contrariando o que meus professores ensinaram, não contive algumas lágrimas. Era Fabíola.
Foram duas medalhas e 13 finais. Sob essas duas métricas, o desempenho foi pior do que o registrado em Dubai, há dois anos, quando o Brasil saiu da competição com oito medalhas e 18 finais. Fez a diferença a ausência dos nadadores César Cielo e Felipe França, que na ocasião levaram quatro medalhas e ajudaram os revezamentos a subir ao pódio.
Depois de ficar fora das Olimpíadas de Londres, quatro anos depois de ir a Pequim, Guilherme Guido foi um dos grandes nomes do Troféu José Finkel. Focado e em ótima forma, Guido fez o índice do 100 costas, marcando 50”57, dias depois de superar o recorde sulamericano no 50 costas, prova em que também fez o índice. Mais uma vez, o nadador do Pinheiros falando em medalha no Mundial de curta
No 100 costas, os favoritos não tiveram problemas em avançar para a semifinal – com exceção de Kirsty Coventry, que quase ficou fora. Entre os braisleiros, Fabíola Molina e Daniel Orzechowski pioraram suas marcas do Maria Lenk, quando conseguiram a classificação, e ficaram fora das semifinais
+ 100 livre: surpresa na prova feminina, com a nadadora júnior 2 Larissa Oliveira levando o ouro pela primeira vez em campeonatos absolutos nacionais. Larissa defende o Pinheiros mas treina no interior e levou com 56″35. Tatiana Lemos e Graciele Herman, também novata em pódios nessa competição, completaram as primeiras posições. Uma pena que um dos destaques da prova tenha sido fora da piscina, com o bloco de Daynara dando problema e a atleta caindo na piscina e inclusive machucando o pé. No masculino, os três primeiros lugares nadaram abaixo dos 50″: Cielo (49″06), João de Lucca (49″74, ele que está treinando com Marco Veiga no Flamendo desde maio e vem melhorando muito; após o Finkel o nadador volta aos EUA para nadar o NCAA) e Nicolas Oliveira (49″79).

+200 medley: dessa vez, entre Joanna e Mireya, a espanhola levou a melhor com a parcial de peito e crawl fazendo a diferença. Ela nadou para 2’15, Joanna ficou com a prata com 2’18 e Kimberly Vanderbergh garantiu o bronze com 2’20. No masculino, prova boa pro Corinthians com Thiago Pereira ganhando e Renato Barufi levando o bronze com 4 centésimos de diferença frente Lucas Salatta, que parece estar de volta depois dessa boa competição. Entre os dois, Diogo Yabe ficou com a prata.
+ 50 peito: dessa vez deu para as atletas do Pinheiros, com Ana Carla, Tatiane Sakemi e Beatriz Travalon nas três
primeiras posições. No masculino, apesar da boa fase de João Junior, deu o campeão mundial Felipe França, ganhando com 27″49. João e Felipe Lima completaram o pódio.
+ 50 borboleta: mesmo sem estar na melhor forma, a campeã mundial da prova Inge Dekker levou a melhor, ganhando com 26″56, seguida de Daynara da Paula (27″01) e Daniele Paoli (27″13). No masculino, ouro também para o campeão mundial César Cielo, único a nadar abaixo dos 24″ para 23″90, seguido de Glauber Silva e Nicholas Santos.
+ 800 livre masculino: outra prova fraca, com a vitória de Juan Pereyra nadando para 8’05 – o argentino segurou 30″ e 31″ a prova inteira e no final fechou com 29″/28″1. Claro que a última parcial tem que ser forte, mas dava para ter forçado antes.. Kanieski e Marcos Ferrari completaram o pódio.
+ 1500 livre feminino: dobradinha do Corinthians com a argentina Cecilia Biagioli em primeiro (16″46, novo recorde do campeonato) e Poliana Okimoto em segundo (17″00, ela que está cansada depois de uma maratona de competições fortes, com Mundial, Evento Teste das Olimpíadas e agora o Maria Lenk). Ana Marcela, que se recupera de dores no ombro e perdeu muitos treinos desde o Mundial, ficou em terceiro com 17″11.
+ 100 costas: estava na expectativa pelo índice de Fabíola mas não foi dessa vez. A nadadora fez 1’04 nas eliminórias e semi,e na final nadou para 1’01″33, ficando a 50 centésimos da marca. Natalia Mendes Diniz, do Pinheiros, e Fernanda Alvarenga, do Minas, completaram o pódio. No masculino, Guido, o melhor do Brasil no estilo, nadou mal e ficou fora do pódio. Quem levou foi um dos poucos que conseguiu boas marcas na competição, Gabriel Mangabeira (55″48), uma das minhas apostas de nome que devem alcançar o índice no PAN. Fernando Ernesto, do Corinthians, ficou em segundo com 55″75 e Leo Guedes ficou em terceiro.
+ Revezamentos: no masculino, o Flamengo levou a melhor no 4×100 livre (três atletas entre os quatro primeiros tempos da prova individual, Cielo, João de Lucca e Nicholas) e 4×100 medley (trocando de Lucca por Henrique no peito e Leo de Deus no costas). No feminino, o medley foi para o Minas, com Fabíola abrindo e Kimberly fechando forte fazendo a diferença. O Pinheiros foi segundo e o Flamengo terceiro. No livre, mesmas equipes no pódio mas em posições trocados na ponta: Pinheiros em primeiro desde a primeira parcial e Minas em segundo, e Flamengo se garantindo em terceiro.
+ Clubes: o Minas confirmou o favoritismo e venceu em casa após 13 anos. Pinheiros, campeão nas últimas oito edições, começou bem atrás nas primeiras etapas mas as provas de 50 e os revezamentos femininos fizeram a diferença e a equipe garantiu a segunda colocação. Na disputa entre Flamengo e Corinthians, a equipe de Cielo levou a melhor, muito ajudada pela transferência de Joanna Maranhão no meio da temporada (permitida porque contou como transferência da atleta militar de Minas Gerais para o Rio de Janeiro).
+ Os estrangeiros contratados pelos clubes para ajudar na pontuação não são mais nome certo para vencer as provas. Na final
do 2oo borboleta feminino, Joanna Maranhão venceu as duas estrangeiras na prova levando o ouro com 2’12″46, em bela disputa com a americana Kimberly Vanderberg (2’12″75). A espanhola Mireia Belmonte (2’16″38) completou o pódio.
+ No masculino, com Kaio Marcio e Leo de Deus pesados na entresafra do Mundial e PAN, os tempos não chegaram nem perto das melhores marcas. Kaio, do Fluminense, foi melhor e nadou para 1’58″75, único abaixo dos 2 minutos, seguido de Lucas Salatta do Minas e Leo, que defende o Flamengo.
+ João Gomes Junior, até o momento o principal nome masculino da competição, classificou para a final com o melhor tempo, 27″46, e amanhã deve disputar o ouro com o companheiro de clube e campeão mundial da prova, Felipe França. No feminino, Ana Carla Carvalho nada amanhã na 4 e também deve brigar com as pinheirenses Tatiane Sakemi e Beatriz Travalon pela primeira posição.
+ Fabíola levou mais uma prova, vencendo com folga o 50 costas com 28″34, seguida de Etiene Medeiros, do Nikita, e Natalia Diniz, do Pinheiros. A expectativa fica pelas eliminatórias disputadas agora a tarde, onde Fabíola nada o 100 costas em busca do índice olímpico, com chances reais de atingi-lo novamente.
+ Em um dos únicos revezamentos relativamente fracos do Pinheiros no feminino, o 4×200 viu a vitória do Minas, que tinha as três primeiras colocadas na prova. O Flamengo, com duas das quatro nadadoras que levaram esse revezamento brasileiro à final olímpica de 2004, Joanna Maranhão e Monique Ferreira (as únicas que continuam nadando), levou a prata, e o Corinthians fechou em terceiro. No masculino, Thiago Pereira fez a diferença para a equipe corinthiana e ajudou a somar 70 pontos para o clube com a vitória com 7’27″66, seguido de Flamengo e Minas.
+Apesar de não colocar nenhum revezamento no pódio na etapa, o Pinheiros conseguiu passar o Corinthians, contando com o bom desempenho nas provas individuais (no 50 costas, os três primeiros eram atletas do clube). Já o Flamengo encostou mais na terceira colocação, prometendo uma briga boa até a última prova.
Hoje não consegui assistir às provas pela televisão mas dei uma olhada nos resultados da CBDA. No geral, mais um dia com tempos um pouco fracos, bom para novos nomes que aproveitam para subir ao pódio, e atletas da elite brasileira mas que não foram ao Mundial se destacando (Nicholas e João Junior são os maiores exemplos). Tivemos três finais na etapa (50 livre, 200 livre e 400 medley) e duas semifinais (100 borboleta e 100 peito).
No 50 livre, Flávia piorou o tempo das semi mas se manteve como principal velocista do Brasil. Em segundo, Alessandra
Marchioro, dez anos mais nova que Flávia, nadou bem para 25″72. Na frente das duas, Inge Dekker não fez nada de espetacular, nadando para 25″36, mas atendendo ao motivo porque foi trazida pelo Minas: levar os 35 pontos para o clube. Na prova masculina, apesar das justificativas de Cielo para uma possível derrota antes da prova, deu o óbvio e ele levou com 21″97. Nicholas nadou bem e venceu Fratus, fazendo a dobradinha do Flamengo no pódio, mas ainda não chegou ao tempo do índice.
No 400 medley, boa disputa entre as duas estrangeira. Entre a argentina medalhista olímpica em 2004, Georgina Bardach (Unisanta) e a espanhola campeã mundial de curta, Mireya Belmonte (Flamengo), a segunda levou a melhor mesmo virando dois segundos atrás nos 300 metros, fechando para 1’05 contra 1’08 da argentina. Entre as brasileiras, Julia Gerotto levou a melhor com 5’01, seguida da fundista do corinthians Maria Caroline Ferreira e Larissa Cieslak.Entre os homens, Thiago Pereira administrou a prova e ficou com o ouro com 4’24″, com Renato Barufi garatindo a dobradinha corinthiana ao marcar 4’25″5. Diogo Yabe fechou o pódio com 4’27.
O 200 livre feminino valeu mais pela disputa do que pelo tempo em si. Desde a aposentadoria de Mariana Brochado e da má fase de Monique Ferreira, que antes lutavam por índices para as competições de ponta – foi nessa prova a primeira final do Brasil em revezamentos femininos em Olimpíadas, em 2004 – ,a prova vem mostrando resultados fracos, e acho difícil que alguma nadadora consiga nadar para baixo de 1’58″20 e carimbar o passaporte para Londres. De qualquer forma, Jéssica Cavalheiro merece os méritos e nadou muito bem, cravando 2’02″62 e vencendo a americana Kimberly Vanderbergh por 8 centésimos. Manuella Lyrio completou o pódio do Minas com 2’02″90.
No masculino, prova marcada por mais falhas, com placar errando mais uma vez – dessa vez pior, pois ao invés de não dar os tempos colocou Fernando Ernesto como campeão, que chegou a comemorar e dar entrevista, quando na verdade terminou em quinto. Quem venceu foi outro mas os 35 pontos foram mesmo para o Corinthians – o venezuelano Daniel Tirabassi levou o ouro com 1’50″61 após boa disputa com Rodrigo Castro, que aos 33 anos continua sendo um dos principais nomes da prova no Brasil, desbancando as novas promessas. Completando o pódio, nem Minas, nem Corinthians, nem Flamengo, nem Pinheiros: o bronze foi para o Curitibano, com Eduardo Duarte.
Sem Gabriella Silva, a disputa no 100 borboleta amanhã promete ser boa com Daynara de Paula (já com índice olímpico para a prova, aliás a única mulher até o momento), Daniele Paoli e Daiene Marçal. Fabíola, provando a versatilidade, também está na final com tempo classificatório na casa de 1’01″. No masculino, Mangabeira está com o primeiro tempo mas ainda 7 décimos distante do índice olímpico, quem sabe sai amanhã.