Ano após ano, rodada após rodada. A Copa Davis não cansa de entreter e surpreender. As quartas de final do Grupo Mundial reservaram partidas espetaculares, lances curiosos e viradas impensáveis. Entre os quatro semifinalistas, uma surpresa e três países babando pela taça mais democrática do tênis.
A Sérvia contou com Novak Djokovic e, apesar da lesão do número um do mundo, não teve maiores dificuldades com os Estados Unidos, mesmo jogando fora de casa. Após eliminar o Brasil na primeira rodada, John Isner e Sam Querrey não foram páreos para a turma de Djoko. Falta vibração aos americanos e aquele ponto garantido nas duplas com os Irmãos Bryan mais uma vez não veio.
Na semifinal, os sérvios encaram os surpreendentes canadenses. Comandados por Milos Raonic, a equipe despachou a Itália em um confornto com ótimos jogos. A partida decisiva, entre Raonic e Andreas Seppi, teve todos os ingredientes que um jogo de tênis pode ter. Passadas, voleios e saques da melhor qualidade. Há exatos 100 anos o Canadá chegava pela primeira e única vez a um semifinal de Copa Davis. Jogando em casa, deve dar Sérvia sem maiores problemas.
Do outro lado da chave, a atual campeã República Tcheca atropelou o Cazaquistão como era previsto. Mesmo sem Tomas Berdych e com Radek Stepanek mais pra lá do que pra cá, os tchecos foram consistentes e contaram com ótimo final de semana de Lukas Rosol. Na semifinal irão jogar em casa, mas qualquer previsão seria precoce antes da definição dos jogadores da Argentina.
Os Hermanos estão novamente na penúltima fase e tentam, mais uma vez, a taça inédita que já bateu na trave tantas vezes. No duelo mais emocionante das quartas de final, a Argentina passou pela França, mesmo sem contar com Juan Martín Del Potro. Juan Monaco seria o nome indicado para herói do confronto com Jo-Wilfried Tsonga e Gilles Simon. Mas a Davis nos reserva grandes surpresas e quem marcou o ponto decisivo foi Carlos Berlocq. Tenista limitado, mas que veste a camisa e se entrega como poucos quando representa o seu país.
O Brasil perdeu na primeira rodada e aguarda seu adversário na repescagem para continuar no Grupo Mundial. O sorteio acontece essa semana e pode trazer ótimas notícias para nós. Dos oito possíveis rivais, receberíamos cinco deles (Suíça, Espanha, Croácia, Bélgica e Áustria), jogaríamos fora com dois (Alemanha e Austrália) e o sorteio definiria o mandante do duelo contra o Japão. Para pensar em avançar sem problemas, claro que Áustria e Bélgica em casa seriam os escolhidos. Mas para o desenvolvimento do tênis nacional, seria espetacular receber Suíça ou Espanha. As duas devem ir completas para a repescagem. O que pensar de ver Roger Federer e Stanislas Wawrinka em um ginásio lotado? E Rafael Nadal e David Ferrer? Seria ótimo para o esporte, mesmo com as prováveis eliminações. Mas Davis é sempre Davis.
Guilherme Daolio é Jornalista e Radialista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Apaixonado por tênis por influência de seu pai, acompanha o esporte desde pequeno. No momento em que Djokovic, Federer e Nadal polarizam as quadras, Guilherme arrisca suas raquetadas por aqui. Novidades, projeções, análises, informações, apostas e tudo que envolva a bolinha amarela vira assunto.
O nosso colunista já passou pela Rede Record e pelo Portal IG. Hoje é editor de texto da ESPN Brasil e louco por tênis.
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