Velocidade holandesa: uma das maiores escolas de velocistas mulheres do mundo, a Holanda viu a homônima de sua maior estrela até hoje – Inge de Brujin, que já bateu o recorde mundial da mesma prova no Brasil – levar o 50 borbo nesse mundial. Inge Dekker, que não nadou bem os 100 borbo e o o revezamento, levou o ouro com 25″71, 5 centésimos a frente da atual recordista mundial, a sueca de 33 anos Therese Alshamar (outra velocista por excelência, e que amanhã nada a final do 50 livre). A França colocou mais uma nadadora no terceiro lugar do pódio, com Melanie Henrique (25″86).
Velocidade brasileira: Muito boa a performance do Brasil, com dois nadadores entre os cinco primeiros (o 5º lugar de Fratus em seu primeiro mundial foi um feito e tanto, apesar da tristeza do nadador após a prova, compreensível visto que ficou tão perto do pódio [4 centésimos] e seu tempo feito na semi garantiria a prata). Se entre o italiano Luca Dotto, que foi prata, e Fratus, que foi quinto, a diferença foi de apenas seis centésimos, na ponta Cielo sobrou, garantindo o bicampeonato mundial com 21″52, a maior diferença para o segundo colocado na prova na histórias dos mundiais. Somado a ouro em Pequim-2008 e em Roma-2009 e o recorde mundial batido em 2009 no Pinheiros, Cielo se firma como o rei da velocidade mundial, que pode ser fechado com chave de ouro se levar o ouro em Londres ano que vem.

Gostei também da atitude do Cielo com relação a Fratus, acabando com a percepção de animosidade que haveria entre eles. Evidente que Cielo odiaria perder para o jovem talento, e que dentro d’água Fratus terá como meta daqui para frente bater Cielo nas grandes competições, mas foi bonito ver Cielo contendo um pouco a comemoração dentro da piscina e cumprimentando o nadador, assim como a ajuda na véspera, quando emprestou sua bermuda após um problema com a de Fratus -e mais do que isso, ter nadado até a raia 1 para cumprimentá-lo pelo tempo e classificação para a final.
Amazing Franklin: depois de assombrar o mundo com os tempos nos revezamentos 4×100 e 4×200 livre, Franklin ganhou seu primeiro ouro individual nos 200 costas, com a incrível marca de 2’05″10, melhor tempo da história sem os trajes e terceira melhor considerando os tempos feitos por Coventry (que nem chegou à final em Shangai) e Zueva (também fora da disputa, depois de ficar em 17ª na eliminatória) com os trajes. A sensação de 16 anos só não nadou mais provas porque a seletiva americana ocorreu no ano passado. Na mesma etapa, Franklin voltou para a piscina para fechar o revezamento 4×100 medley dos EUA, onde junto com Coughlin-Soni-Vollmer chegou muito perto do recorde mundial, marcando 3’52″36, 17 centésimos aquém da marca das chinesas. Os EUA tinham na prova nada menos que a terceira colocada na prova de costas (e bi-campeã olímpica), a campeã dos 100 peito e borboleta, e para fechar o segundo melhor parcial do revezamento 4×100 livre, e melhor do medley considerando que as holandesas não classificaram para a final.
FriisxAdlington: a dinamarquesa campeã dos 1500 livre e a britânica campeã olímpica e recordista mundial travaram uma bela disputa na final dos 800 livre, com ligeira vantagem para Friis, que virou na frente até o último parcial. Mas com um final fortíssimo de 28″9, Adlington levou a melhor, ultrapassando e colocando uma boa distância nos últimos 25 metros, para vencer com 8’17″51, numa prova negativa (4’09″3-4’08″2). Fico ainda na expectativa de quem baterá o melhor tempo do mundo sem trajes, que pertence ainda à lendária Janet Evans, com 8’16″22, recorde que tem a idade de Adligton (22 anos).
100 borbo: sem Cavic na final, principal oponente de Phelps nas incríveis disputas de Pequim e Roma, o americano venceu sem muita dificuldade, com 50″71 – mas ainda insuficiente para bater o 50″40 de Crocker, melhor tempo do mundo sem considerar os trajes. Passando atrás, como de praxe, Phelps foi o único na final a volta abaixo de 27″ (26″77), e a volta fez a diferença para o ouro. O polonês Konrad Czerniak levou a prata e o outro americano na prova, Tyler McGill, ficou com o bronze.
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