Gênio: Phelps está menos treinado do que jamais esteve nos campeonatos de ponta, não é mais tão superior que os
adversários nos fundamentos e tem sofrido nos finais de prova. Mas continua sendo Phelps, o atleta mais genial da história da natação. Hoje levou o ouro no 200 borboleta, prova em que surgiu para o mundo em Sidney, finalista olímpico mais novo de todos os tempos (ficou em quinto na final), e um ano depois bateu seu primeiro recorde mundial no Mundial de Fukuoka. Deu 1’53”34 e fico torcendo para que Phelps volte a treinar muito forte para Londres, sua despedida. Fico imaginando como será assistir natação sem o americano, para mim ele sempre deu um brilhantismo aos Jogos e aos Mundiais, principalmente por ver ali a combinação perfeita de um cara excepcionalmente talentoso e um atleta muito dedicado, em meio a tantos talentosos que subestimam o segundo ponto. O japonês Takeshi Matsuda (1’54”01) e o chinês Peng Wu (1’54”67) completaram o pódio.
Gênia: Federica sempre passa mais fraco e ataca na volta, tanto nos 400 como nos 200 livre, meio fundista brilhante que é a italiana. Dessa vez, parecia que Femke Heemskerk levaria, nadando pelo 4 e depois de fechar com maestria e com ótimos 52”o revezamento 4×100 livre holandês. Mas 200 não é 100 livre e a holandesa não soube dosar a prova, passou muito forte (55”61, 1 centésimo acima da parcial do WR) e não aguentou a volta, terminando em 7o. Na ponta, Federica, que passou em 5o no 100 com 57”0, voltou para 58”5 e garantiu o bi com 1’55”58. Saindo do sétimo lugar nos 150, a australiana Kylie Palmer fechou muito forte para 29”4 (parcial idêntica à de Federica) e marcou 1’56”04 para ficar com a prata, ganhando por seis centésimos francesa Camille Muffat, que já havia sido bronze no 400 livre.
E o 1500 cai?: A sensação chinesa Sun Yang confirmou o favoritismo e levou o ouro nos 800 livre com 7’38”57, superando
por apenas 7 centésimos o melhor tempo da história sem trajes, que pertencia a Grant Hackett numa prova sensacional em Montreal 2005. O recorde mundial pertence a outro chinês, Zhang Lin, que nem nadou. Yang fez uma prova negativa, passando 3’51 e voltando 3’47, e vem com força para bater o recorde mundial do gigante Grant Hackett, o único que sobreviveu intacto à era dos trajes. Em segundo, o canadês Cochrane, que demorou para atacar o chinês e marcou 7’41”86. Mellouli mais uma vez cansou no final e saiu do pódio nos últimos 50 metros depois de ficar a prova inteira em terceiro. Gergo Kis, também fazendo uma prova negativa, completou o pódio com 7’44”94.
Felipe França: depois de falhar na semi final do 100 peito, que custou uma vaga na final, França veio sedento pelo ouro nessa que é sua melhor prova. O brasileiro saiu bem e manteve vantagem nos 50 metros, chegando um pouco mal mas mesmo assim levando o ouro com 27”01. Gosto do França por ser um atleta centrado e humilde, que até hoje treina no Brasil e sabe que precisa ficar forte para os 100 peito, prova olímpica ao contrário dos 50. Ele nadou muito bem nas eliminatórias e se repetisse o tempo teria passado à final e brigado por medalhas; fica a torcida para que aprimore ainda mais essa prova que mudaria o atleta de patamar – é admirável um ouro no mundial em qualquer que seja a prova, mas um pódio olímpico nos 100 peito colocaria França no mesmo rol de Gustavo Borges, Ricardo Prado e Scherer
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