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    • O que esperar do Finkel 2011?

      29/08/2011 por Beatriz Nantes / Sem comentários

      Começa hoje a tarde na piscina do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, o primeiro dia de eliminatórias do Finkel, tradicional competição do calendário brasileiro de natação e uma das seletivas para os Jogos Olímpicos do ano que vem.

      Até o momento são nove atletas com tempo abaixo das marcas pedidas pela FINA, oito homens e uma mulher – Daynara de Paula, no 100 borboleta; Fabiola Molina tinha alcançado a marca nos 100 costas na Seletiva para a Mundial mas teve o tempo anulado após testar positivo para metilhexanamina na competição.

      Entre os homens, Cielo tem, evidentemente, as marcas nos 50 e 100 livre, a primeira também contando com Bruno Fratus – apenas dois por país podem nadar cada prova, então não há garantias até a última seletiva. Apesar de ver Nicholas Santos forte para buscar a marca, acredito que Cielo e Fratus devem se manter como representantes brasileiros em Londres, Cielo em busca do bi e Fratus de olho na medalha engasgada depois do quinto lugar em Shangai.

      Para Thiago Pereira, com quatro índices até o momento (200 e 400 medley, 200 peito e 200 costas),  o objetivo também é mais alto. Atleta do Corinthians e novo integrante do grupo de treinamento PRO-16, liderado por Albertinho, Thiago visa na temporada o PAN de Guadalajara, onde espera repetir o desempenho do Rio e levar sete/oito medalhas. Mais do que isso, o objetivo em Londres é chegar ao pódio, depois de alternar em quarto e quinto lugar em Atenas, Pequim e Roma, além da sexta colocação em Shangai. Sou uma grande fã de Thiago e espero que ele consiga melhorar o final de prova e chegar a um final de prova tão forte quanto os primeiros 150; se o fizer, certamente Thiago estará entre os três melhores do mundo.

      No 200 medley, Henrique Rodrigues, que foi semi final em Shangai, também possui o índice. O nadador acaba de sair do PRO 16 por questões pessoais, decidindo voltar para perto da família em Curitiba, onde está treinando agora com Cesar Feustel. Henrique não participará do Finkel após uma lesão no ombro.

      Passando para o borboleta, Kaio Márcio já possui índice para o 100 e 200 metros e Leonardo de Deus alcançou a marca dos 200 no Mundial de Shangai. Kaio é atleta do Fluminense, onde treina, e chegou ao Mundial com chances reais de pódio mas não conseguiu encaixar a prova na competição e acabou caindo em uma semifinal muito forte. Leo de Deus é um atleta em ascensão, também treinando no PRO-16, e se credencia como uma aposta real para o ano que vem. Ele também tem índice para os 200 costas, estilo hoje mais deficiente do país no masculino, com Guilherme Guido não conseguindo melhorar seus tempos e ainda sem índice para os 100 costas.

      No peito, Felipe França e Felipe Lima já tem índice para os 100, prova disputada que no último ciclo olímpico teve quatro nadadores nadando abaixo do índice. Daquele vez, França e Henrique Barbosa (novo integrante do PRO-16) foram os classificados, deixando Lima e Fischer de fora. Tenho grande expectativa por França nos 100 peito. Sua marca de 1’00″01 feita nas eliminatórias foi o sétimo melhor tempo do ano, e embora tenha escorregado nas semi, ficando fora da disputa de medalha, é interessante ver a evolução do nadador, especialista nos 50 peito, mas que vem trabalhando com foco total na prova dos 100, visando a disputa olímpica dado que não há provas de 50 estilo na competição.

      Além do Finkel, os atletas terão mais quatro chances para compor a seleção brasileira (PAN e Open, ainda este ano, Sul-Americano e Maria Lenk, já em 2012). Dessas, acredito que o Finkel será a competição mais fraca, com a maior parte dos atletas classificados para o PAN focados na competição continental e o restante devendo estar em melhor forma no Open – apenas um palpite meu.

      Entre os revezamentos, o 4×100 livre masculino, nono lugar em Shangai, é o único classificado até o momento.

      Quem mais?

      Aguardarei os resultados do Finkel para uma análise mais completa, mas de cara, listo alguns nomes com chances reais de chegar à Londres.

      Entre as mulheres, acredito (e torço) para que Fabíola volte a nadar abaixo dos 1’00″82 que garantem a classificação. Se não for agora, certamente a nadadora de São José tem plenas condições de repetir o tempo nos próximos eventos. Joanna Maranhão é outra que pode conseguir a vaga. Nos 400 medley, a pernambucana já fez tempo abaixo do índice no 400 medley (não nas seletivas), mas ela não esta inscrita na prova no Finkel e suas últimas declarações indicam que deixará de treinar de nadar para a prova que deu a ela o quinto lugar em Atentas (desde então, Joanna nunca conseguiu superar os 4’40″00; a vez que chegou mais perto foi em Pequim, quando fez 4’40″18). Acredito que a nadadora (recém saída do Minas para o Flamengo) tem chances nos 200 medley e 200 borboleta, nas duas a 1/2 segundos do índice.

      Entre os homens, acredito em índice para Tales Cerdeira e Henrique Barbosa, ambos com chances nos 100 e 200 peito – entendo que muito dificilmente não tenhamos dois nadadores em cada uma dessas provas, resta saber quais serão. No 100 costas, não duvido que Guido alcance os 54”40 até o ano que vem, mas gostaria de ver outro nadador chegando perto, de forma análoga ao 100 peito, que gerou uma disputa saudável melhorando o nível de todos os concorrentes. Nas provas de fundo, ainda com um vácuo em Olimpíadas desde a aposentadoria de Luiz Lima, Arapiraca vem melhorando mas ainda precisa de uma evolução mais consistente para chegar ao 15’10” e agora se recuperar da lesão no ombro que o tirou do Mundial Militar e também do Finkel.

      Disputa de clubes

      Competindo em casa, vejo o Minas como favorito ao primeiro lugar, repetindo a dose do Maria Lenk no início do ano, quando desbancou o Pinheiros do lugar mais alto do pódio após nove anos de supremacia. Mas não creio que teremos uma distância tão absurda como no início do ano (cerca de 800 pontos). Do lado do Minas, o principal desfalque é o técnico Fernando Vanezella, além de Joanna Maranhão. As duas estrangeiras, ainda que fortes, não sao tão superiores como as contratadas no Maria Lenk (Inge Dekker, campeã dos 50 borboleta, e Kimberly Vanderbergh, americana que treina em Marseille e tem como principal título o bronze no 4×200 livre em Pequim; no primeiro semestre, Receba Soni e Coventry, ambas campeãs olímpicas e mundiais em provas individuais, haviam reforçando o time mineiro).

      Apesar dos desfalques, o Pinheiros também não traz muitas novidades, sem estrangeiros e com o desfalque de Gabriella Silva, principal nome feminino da equipe. Por outro lado, a força nas provas de peito feminino, os revezamentos e o grande número de atletas em finais devem ajudar o clube a garantir o segundo lugar – ainda que não descarte Corinthians ou Flamengo roubando esta posição.

      Entre os dois, repetindo a disputa do Brasileiro de Futebol, a competição promete ser boa. Flamengo tem Cielo e os principais nomes do PRO 16, enquanto o Corinthians traz Thiago Pereira, que nada mais provas e sempre pontua muito. A estrangeira do Flamengo, Mireya Belmonte, também presente no Maria Lenk, também pontua bem, e mesmo sem desempenho tão bom em Shangai ainda é bem superior que as brasileiras. Para o Corinthians, as provas de fundo são importantes, com Cecilia Biagioli e Poliana nas primeiras posições e mais 2/3 atletas que costumam ficar entre as oito primeiras.

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    • Judô, UFC e menina de ouro

      28/08/2011 por Beatriz Nantes / Sem comentários

      Confesso que sempre nutri um certo “desprezo” pelos esportes de luta mais pegada, desde o boxe até, em maior grau, as lutas de vale tudo. Minha impressão imediata ao ver o UFC virar programa de sábado a noite foi de certa decepção, e um questionamento de porque esse esporte, aparentemente violento, consegue mais ibope do que um mundial de futebol feminino, ou os próprios mundiais de atletismo e de judô que ocorrem nos últimos dias.

      Alguns fatos recentes me fizeram mudar um pouco de opinião e diminuir esse preconceito.Primeiro, o boxe. De fato, é um esporte que envolve perigos evidentes pelo contato físico intenso e o próprio objetivo último da luta, nocautear o adversário. Precisei de um filme para passar a entender que a esportividade está presente (assim como está no automobilismo, dado que são humanos que pilotam as máquinas) e perceber que ligar este esporte à violência é uma associação rasa e superficial. Falo do brilhante Menina de Ouro, de Clint Eastwood, com uma atuação impecável de Hillary Swank no papel de uma mulher que tem apenas o boxe e seu treinador em sua vida. É do personagem interpretado por Morgan Freeman que saiu uma de minhas citações preferidas: “If there’s magic in boxing, it’s the magic of fighting battles beyond endurance, beyond cracked ribs, ruptured kidneys and detached retinas. It’s the magic of risking everything for a dream that nobody sees but you”. Substitua “boxing” por esporte e temos ai uma definição universal.

      Quanto ao MMA, por que relutar em chamá-lo de esporte? Por que não é olímpico? O futsal também não é, as maratonas aquáticas entraram no programa apenas em Pequim. Depois da derrota de Vitor Belfort na fatídica luta contra Anderson Silva, li uma reportagem sobre sua rotina nos EUA, onde vive com a mulher e os filhos. Sim, é caricato que ele seja casado com a antiga Feiticeira, é um pouco tosco ver homens lutando com bermudas apertadas e não me identifico com uma comemoração que cita o Capitão Nascimento. Mas vendo as reportagens sobre o dia-a-dia desses atletas (e entendo que é no dia-a-dia que realmente se define e caracteriza o esporte competitivo), o que há de tão diferente nestes atletas comparado a outros esportes em que há mudança de vida para conseguir melhores condições de treinamento, em que há uma dieta regrada, treinos e cansaço diário, e a preparação para uma única disputa que se resume em poucos minutos? Sim, no UFC há todo o marketing que cerca as disputas, mas o que dizer do futebol? Para o bem ou para o mal, são todos aspectos que rodeiam a luta ou o jogo em si, estes sim o verdadeiro espetáculo.

      Há algo de brutal em gostar de assistir duas pessoas se batendo. Mas enxergando além do que se vê, há também aquela mesma beleza de “fighting battles beyond endurance”.

      *

      Terminou ontem o Mundial de Judô, realizado em Paris. Minha admiração por este esporte que conheço pouco é imensa. Primeiro pela filosofia envolvida e pelo respeito dos atletas ante seus competidores antes da luta. É um esporte que envolve força física e técnica em uma combinação  que evidencia a necessidade de grande grau de concentração. A relação entre atletas e seus técnicos também é algo que me impressiona. Vale a pena, para qualquer leigo, ver um campeonato desse tipo somente pelas reações após o fim da luta, onde há uma comemoração no momento da vitória, o cumprimento final com o adversário, e o judoca correndo em direção a sua equipe e abraçando os técnicos. Outra coisa bonita é a carga de emoção. Não me esqueço da entrevista de Carlos Honorato após as Olimpíadas de Atenas (2004), quando chegou favorito ao ouro (havia sido prata em Sidney e bronze no Mundial-2003) e caiu nas quartas. Chorando, pedia desculpas por não ter alcançado o pódio. Os orientais, conhecidos por serem contidos, também proporcionam imagens de muita emoção, como a da favorita Akari Ogata chorando após perder para a francesa Audrey Tcheumeo na sexta.

      O Brasil teve uma atuação boa ainda que não impressionante e sem nenhum ouro. Foram duas pratas (Rafaela Silva, até 57 km, e Leandro Cunha, até 66 kg) e três bronzes (Sarah Menezes, até 48kg, Leandro Guilheiro, até 81 kg, e Mayra Aguiar, até 78 kg). Na disputa por equipes, os homens deram trabalho aos anfitriões franceses e perderam o primeiro lugar apenas na última luta, com a França vencendo por 3×2.

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    • Mundial de Judô – Audrey Tcheumeo

      26/08/2011 por Beatriz Nantes / Sem comentários

      Uma das cenas mais lindas do Mundial de Judô realizado em Paris foi a disputa da categoria até 78kg. A francesa Audrey Tcheumeo, de 21 anos, campeã europeia este ano, derrotou a número um do mundo na categoria, Akari Ogata e protagonizou um momento incrível do Mundial realizado em Paris. Tcheumeo foiàs lágrimas ao final da luta, antes de subir ao pódio, e ao receber sua medalha de ouro.

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    • Sobre gostar de natação

      14/08/2011 por Beatriz Nantes / 1 Comentário

      Não foi premeditado que eu e meu irmão saimos apaixonados por natação. Morávamos em Santos, o mar ali, e nada mais natural do que minha mãe querer que soubessemos nadar, ao menos para nos virar na praia. Poderia ser só isso se tivessemos continuado nadando em alguma academia: seriamos mais duas pessoas que sabem nadar, praticam o esporte por saúde, ou coisas do tipo, o que por si só já seria ótimo.

      Mas surgiu o elemento Saldanha nessa equação, e o que segue é praticamente a história sobre a paixão de nossas vidas, seja nadando, seja acompanhando de fora da água. Meu irmão, mais corajoso que eu, pensou de forma lógica e decidiu que se natação é o que ele mais gosta, logo deveria trabalhar com isso. Lindo de tão simples, e imensamente significativo se comparado a tantos critérios que eu, e tantos outros, usamos na hora de decidir o que fazer para o resto da vida. Hoje ele ajuda atletas de 13 e 14 anos a atingir seus sonhos e assim enche sua vida de brilho, e por tabela, enche a minha vida de mais vida.

      Muitas vezes me perguntei se fazia sentido gostar tanto de acompanhar natação assim. Ouvi de um amigo uma vez, enquanto eu entrava no blog do Coach: “nossa, que estranho. Gostar de nadar eu já vi, mas acompanhar natação? Quase nunca tem competição.. “. E eu pensava se realmente não era coisa de nerd (é), ou de nadadora frustrada (acho que só um pouco), achar tão legal acompanhar de perto os meus nadadores favoritos, ficar nervosa vendo brasileiros desconhecidos de todos buscarem um índice olímpico, mesmo sabendo que se conseguissem chegariam nos Jogos para não passar das eliminatórias. E ficar puta da vida quando alguém se atrevia a dar risada do Thiago Pereira ou da natação feminina, quem é você para achar ruim ser o quarto melhor do mundo no que se propõe a fazer.

      Mas me questionava se não era estranho mesmo, se o normal não seria torcer muito por um time de futebol, mesmo sabendo que uma coisa não exclui a outra, algo que muitas pessoas acompanham, que dá para você reunir os amigos e torcer junto. Um dia me deparei com esse trecho, indicado pelo meu irmão. Quem disse essas frases foi Mike Gustafsn, outro apaixonado por natação mesmo que, assim como eu, não trabalhe profissionalmente com isso. O que ele diz é exatamente o que penso sobre natação, e lendo essas palavras, fiquei tranquila em saber que faz todo sentido gostar disso, mesmo que não faça sentido para mais ninguém.

      “However, the real question becomes not “could” swimming become mainstream, but “should” it? I think that’s more the fundamental debate. Does swimming need the problems of mainstream sports? Does swimming need the cameras and the lights and the professionalism of the NFL and NBA? Why does it have to be mainstream? Swimming is like that really great indie rock band that only you and 50 other people know about. You love them partially because they’re small, they’re yours, and in this world of globalization and commercialization, sometimes the best rocking out is to the small-time garage band in your life. People swim because they love it. Not because of the money. Not because of the fame. Maybe we should keep it that way.”


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    • Because of the racing

      02/08/2011 por Beatriz Nantes / Sem comentários

      O head coach da Austrália, Leigh Nugent, sintetizou bem o impacto da decisão da FINA, de proibir os trajes high tech, na primeira competição de primeira linha disputada após a nova regra.

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    • Everything you need is already inside

      01/08/2011 por Beatriz Nantes / Sem comentários

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    • Caiu!

      31/07/2011 por Beatriz Nantes / Sem comentários

      Em meio a avalanche de melhoras da era dos trajes, só um recorde permaneceu. O 400 livre de Thorpe caiu por pouco em Roma, o histórico 800 de Janet Evans também, o 50 livre de Popov. Mas aquele 1500 de Grant Hackett em Fukuoka, os incríveis 14’34″56, este sobreviveu, o único, coroando um dos maiores fundistas da história. Foram exatamente 10 anos e 2 dias até que Yang Sun batesse em seu país o recorde mais velho da natação, nadando para 14’34″14, em uma prova linda.

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    • Mundial de natação – 8º dia

      31/07/2011 por Beatriz Nantes / Sem comentários

      Alshamar vibra muito o título que faltava, Lochte sobra no 400 medley, Beisel ganha o primeiro ouro e Phelps e Adrian fazem a diferença para a vitória americana no 4×100 medley

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    • Mundial de Natação – 7º dia

      30/07/2011 por Beatriz Nantes / Sem comentários

      Cielo leva o bi em sua principal prova e Fratus por pouco fica fora do pódio, Friis e Adlington protagonizam briga acirrada no 800 livre, Franklin ganha o primeiro ouro com 16 anos e Phelps leva o primeiro ouro “fácil” no 100 borbo nos últimos anos

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    • Mundial de Natação – 5o dia

      28/07/2011 por Beatriz Nantes / Sem comentários

      Magnussen ignora pressão e é o novo homem a ser batido no 100 livre, Zueva consegue seu primeiro ouro, Jiao sai da sombra de Liu Zige e Franklin assombra o mundo abrindo o 4×200 americano

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