
Quando acabou o jogo, ao invés de tristeza e choro pela derrota por mais e vinte pontos, as brasileiras comemoraram como se houvessem vencido. Fizeram muito mais festas do que as americanas, acostumadas às finais olímpicas. A cena de Paula e Hortência correndo com a bandeira comemorando a inédita e histórica prata não sai da minha memória
Era sexta a noite. Sai da aula e um colega de faculdade comentou no elevador: é hoje o Cielo hein? Fiquei feliz quando cheguei em casa e estava sozinha para assistir a etapa que teria a final do 100 borboleta do Phelps e do 50 livre do Cielo, que nadaria pela raia 4
Das mãos de Carollo, Servílio partiu para bater dois adversários, chegar à semi-final dos Jogos contra a prata da casa, Ricardo Delgado, e perder. A derrota mais vangloriada do boxe brasileiro até hoje. Delgado consagrou-se o campeão olímpico na ocasião, enquanto, no terceiro lugar do pódio estava ele, o mosca brasileiro que, contra todas as apostas, iria voltar para a casa carregando no peito a primeira – e até hoje única – medalha do boxe brasileiro na história das Olimpíadas
Como um quarto lugar nas Olimpíadas de 1972 transcende gerações e seu protagonista é até hoje inspiração para uma corrida nos Estados Unidos? Na mesma edição dos Jogos que Steve Prefontaine foi 4o lugar na prova dos 5.000 metros, depois de passar a primeira volta na frente, Mark Spitz conquistava sete ouros e ofuscava qualquer atleta da delegação olímpica americana. A morte prematura de Prefontaine em um acidente de carro, no entanto, ajudou a transformá-lo em inspiração para muitos corredores.
A disputa do 50 livre prometia ser uma das mais fortes da competição, a única contando com o melhor atleta da seleção americana que foi ao PAN, Gary HAll Jr, nada menos do que o campeão olímpico dos 50 livre na época. Mas o outro protagonista era o argentino José Meolans, campeão mundial da prova em piscina curta um ano antes, e que já havia levado o 100 livre no mesmo PAN. E lá estava Scherer
Duas semi finais olímpicas, disputa de bronze, finais de PAN com disputa dentro e fora de quadra marcam a história do confronta entre as duas potências das Américas no vôlei feminino nos últimos 15 anos. A geração de Leila, Virna e Fofão fez muito pelo vôlei, chegou a vencer Cuba em Winnipeg, mas ficou faltando a final olímpica. A seleção atual chegou em Guadalajara no PAN com o ouro olímpico mas a derrota no PAN do Rio engasgada, e em um jogo disputado, devolveu e levou o título
Federer não chorou para se desculpar, para sentirem pena dele, não creio nem mesmo que por perder um torneio de Grand Slam, ou por ter estado irreconhecivelmente mal no último set. Federer chorou para ele mesmo. Pode ter sido muita coisa, e uma delas é crucial e mortal para um atleta: Federer ficou em dúvida. Em todos aqueles momentos de espera, e depois na entrega dos troféus, acho que Federer consigo mesmo se colocou em dúvida: será, que algum dia, eu vou ganhar desse cara de novo?