
Em 2008, assistir aos Jogos foi diferente. Foi um ano em que treinei junto de vários dos atletas olímpicos, respirei o ar e a tensão pré classificatória, acompanhei a evolução e a expectativa de toda uma equipe, sonhei em estar em Pequim. Por estar mais envolvida, não torcia só pelos nadadores brasileiros, torcia pelos meus colegas, meus amigos, minhas “roomates”
Foi tão inesperada a entrada daquele irlandês que não tive tempo de digerir aquela intervenção. Aliás não digeri até hoje. Nunca quis escrever sobre esse dia e sobre essa prova pra relembrar desse ataque. Só consigo lembrar do Vanderlei voltando a correr e indo buscar o maior sonho da sua vida. Só me vem à cabeça aquela entrada no estádio olímpico de cabeça erguida, sorriso no rosto e braços abertos
Quando acabou o jogo, ao invés de tristeza e choro pela derrota por mais e vinte pontos, as brasileiras comemoraram como se houvessem vencido. Fizeram muito mais festas do que as americanas, acostumadas às finais olímpicas. A cena de Paula e Hortência correndo com a bandeira comemorando a inédita e histórica prata não sai da minha memória
Era sexta a noite. Sai da aula e um colega de faculdade comentou no elevador: é hoje o Cielo hein? Fiquei feliz quando cheguei em casa e estava sozinha para assistir a etapa que teria a final do 100 borboleta do Phelps e do 50 livre do Cielo, que nadaria pela raia 4