
Enfim começou o torneio mais esperado do ano para os brasileiros e fãs do saibro. O charmoso Grand Slam francês deu a largada neste domingo e as próximas duas semanas prometem fortes emoções. Grandes jogos, a briga por valiosos pontos no ranking mundial e a definição dos classificados para as Olimpíadas de Londres.
Nadal, Djokovic e Murray despontaram muito cedo. O espanhol, por exemplo, com 18 anos já havia vencido Roland Garros e o sérvio e o britânico estão no top 4 desde os 20 anos. Hoje não vemos essa precocidade em nível tão alto. Se considerarmos tenistas com até 21 anos, temos o canadense Milos Raonic e o australiano Bernard Tomic como melhores apostas.Cada tenista tem seu momento de amadurecimento e de afirmação no circuito, mas não custa nada analisar o ranking atual
O suíço sacou muito bem durante toda a semana e se adaptou melhor ao novo piso. O resultado foi o tricampeonato, o 20º troféu de Masters 1000 – se igualando a Nadal como recordista – e o retorno ao 2º lugar do ranking mundial, a 1.800 pontos de Djokovic. No Brasil, destaque para Teliana Pereira. A nossa número um faturou um ITF em Rosário, na Argentina, e beira novamente o top 200. Nas últimas três semanas, a pernambucana acumulou um vice e uma semifinal
Hoje o tenista número um do país, Thomaz Bellucci, estaria fora das Olimpíadas de Londres. A chave do torneio terá apenas 56 jogadores, com um limite de quatro por país. Hoje a Espanha tem nove atletas nessa faixa, a França seis e Argentina cinco. Dessa forma a lista fecharia hoje por volta do número 64 e o brasileiro não entraria, depois de cair para 69º, após os pontos descontados do último Masters de Madrid
Nadal chega à expressiva marca de 34 vitórias seguidas no torneio e a 32 sets de invencibilidade no saibro catalão.A semana foi também de vice-campeonatos a serem comemorados por brasileiros nos torneios de menor expressão. O experiente Júlio Silva só parou na final do challenger disputado em São Paulo e aos 32 anos está próximo de atingir o melhor ranking da carreira (144º), enquanto a número 1 do Brasil, Teliana Pereira, foi vice em Caracas, na Venezuela e deve retornar ao top 250
Nadal foi, mais uma vez, brilhante no torneio e levantou o caneco sem ceder nenhum set. O espanhol só perdeu uma vez no torneio, em 2003, quando ainda tinha 16 anos. De lá pra cá foram 42 vitórias consecutivas, apenas oito parciais cedidas e um inédito octacampeonato. Sobre Bellucci, o que preocupa não é a derrota de forma isolada, mas o fato de que o brasileiro não engrena após vitórias espetaculares
Começou ontem o Masters 1000 de Monte Carlo, o primeiro grande torneio da turnê europeia de terra batida que vai até Roland Garros. Mais do que o piso preferido de Rafael Nadal e dos brasileiros, o saibro pode trazer significativas mudanças no ranking mundial antes de Wimbledon e das Olimpíadas de Londres. Torneio marcou ainda a despedidade de Ivan Ljubicic, que já foi terceiro melhor tenista do mundo em 2006 e teve atuação destacada fora das quadras, como presidente do Conselho dos Jogadores
O Brasil enfrentará a Rússia, algoz do ano passado, mas dessa vez em casa e, certamente, sobre o saibro. Dos adversários que poderíamos enfrentar, pegamos um dos mais experientes, mas que não vive um bom momento. Podemos, de fato, avançar. A principal diferença entre as duas é o elenco. Temos Bellucci e ótimas opções para a dupla, mas nos falta um número 2 que possa beliscar algo
Bellucci fez o que se espera do número um do país. Venceu seus dois jogos de simples e comandou a equipe. Apesar de não jogarem mais juntos no circuito, Bruno Soares e Marcelo Melo mostraram o velho entrosamento e não deram chances à boa dupla colombiana. João “Feijão” Souza não foi mal, mas demonstrou nervosismo natural em sua estreia e escolheu golpes errados nos momentos cruciais
O estilo de jogo do espanhol joga contra. Sua força física faz com que chegue em todas as bolas e lute até o fim em todos os pontos, mas acaba com seus joelhos. É nítida a diferença entre seu jogo e o de Roger Federer, por exemplo. O suíço parece não se esforçar em quadra. Além dos pontos de graça que ganha com seu saque, encurta as trocas de bola e o backhand de uma mão também ajuda bastante. Nadal é da escola espanhola tradicional, que preza pelos longos ralis e não têm o saque como arma fundamental